O Secretário-Geral do Partido Comunista Português (PCP) e o Secretário-Geral do Partido Socialista (PS), juntamente com outros membros dos Partidos, reuniram-se em Paris em Maio de 1973 para estudarem as possibilidades de canalizarem o descontentamento então evidente em certos sectores das Forças Armadas Portuguesas no sentido de estruturarem um movimento militar capaz de derrubar o Governo Português.
Desde o início, o PCP provou ser tão altamente organizado e conhecedor da situação que maravilhou e convenceu o PS a juntar-se ao movimento.
O PCP tinha fichas detalhadas de todos os oficiais portugueses e contava com um número surpreendente de membros simpatizantes nas Forças Armadas e nos sectores do Serviço Público.
O Secretário-Geral do PCP decidiu, contudo, por razões óbvias, que não se aventuraria em certas actividades para evitar que riscasse a posição que tinha adquirido. Portanto, delegou no PS, então praticamente desconhecido e por consequência menos susceptível de causar suspeita, a responsabilidade de fazer o trabalho sujo.
O PS atacou as medidas do Governo Português enquanto o PCP generosamente financiou as operações.
Moscovo, a fonte desses fundos, só impôs uma condição:
- Independência imediata a todas as colónias portuguesas e transferência das respectivas soberanias, sem eleições, aos movimentos pró-russos.
O acordo final, respeitante às condições impostas pela Rússia, foi assinado numa reunião a que compareceram cinco comunistas e quatro socialistas, no primeiro andar de um restaurante de Paris adjacente à Farmácia da Ópera.
Há quem afirme que o PCP ou o PS, mas não ambos, assinou o acordo final com a Rússia.
Seja como for o acordo tinha duas cláusulas:
1. A Rússia contribuiria inicialmente com dois milhões de dólares para financiar a organização do golpe de Estado que derrubaria o Governo Português.
2. O PCP e o PS comprometiam-se a dar a Independência imediata às Colónias Portuguesas representadas na Reunião, para a ocasião, pelo PAIGC, MPLA e FRELIMO.
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O que sucedeu em Moçambique, Guiné, Cabo Verde e Angola, foi de tal forma vergonhoso, que os responsáveis pela concessão da independência, só se atreveram a cobrir a sua traição a Portugal, e às populações locais, com loucas generalidades de óbvio cultivo soviético. Os partidos opostos à FRELIMO em Moçambique, ao PAIGC na Guiné e Cabo Verde e ao MPLA em Angola, foram perseguidos e por decisões totalitárias e fascisantes, proibidos de defender os ideais que sustentavam.
In Newsletter – Boston, Mass-USA – Agosto de 1976 volume I – Nº 2 (“Sangue no Capim Atraiçoado”, de Reis Ventura)
2 comentários:
Tomei, a liberdade, de publicar o seu post.
um abraço
Muito bem!
Abraço
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